APOCALIPSE E A IGREJA DE ESMIRNA 3ª PARTE




AS LUTAS DOS CRISTÃOS EM ESMIRNA

“Nada temas das coisas que hás de padecer. Eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até à morte, e dar-te-ei a coroa da vida” (Apocalipse 2:10).

Concordo com o Pr. Mauro Sergio Aiello quando diz: "Talvez seja difícil para nós que vivemos em um país livre, entender o que acontecia em Esmirna. Talvez a liberdade que gozamos nos impeça de entender o contexto de tribulação que a Igreja de Esmirna sofria por causa do testemunho a respeito de Jesus o que implicava em não prestar adoração ao imperador e ao mesmo tempo declarar que Jesus era o Messias, o Cristo e Senhor de suas vidas. Essa postura era 'politicamente incorreta', pois desagradava tanto os gregos (maioria de seus habitantes naqueles dias) e turcos quanto desagradavam os judeus."

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Jesus alerta os membros da Igreja de Esmirna mostrando-lhes que muitos deles iriam ser presos e que esse período de tribulação e perseguição iria durar dez dias. Simbolicamente isso quer dizer que o período não seria longo, mas que seu ciclo seria completo. 

Jesus exorta-os a que fossem fiéis até diante da possibilidade de perderem suas vidas. E isso certamente aconteceu com muitos. A História contempla o martírio de muitos cristãos que foram martirizados em Esmirna.

No período da igreja em Esmirna a maioria dos imperadores (usados por Satanás) levavam milhares de famílias cristãs à arena do anfiteatro de Roma para serem devorados por leões, o que era visto pela cidade toda como um grande espetáculo. 

O imperador romano Nero, amarrava cristãos em postes no jardim de seu palácio e os queimavam vivos em público. Diocleciano foi considerado o maior opositor do cristianismo. Ele assinou um decreto para se eliminar as escrituras bíblicas da face da terra. Muitas cidades faziam cerimônias públicas para incineração das primeiras Bíblias. Cristãos eram queimados em fogueiras por todos os lugares.

Em Esmirna, centenas ou milhares de cristãos foram perseguidos, aprisionados e mortos, e nem assim Satanás conseguiu impedir a Igreja de Jesus Cristo de crescer nessa cidade. Cada vez que morria um crente; outro surgia em seu lugar. Os sofrimentos que suportavam, levavam os membros dessa comunidade para mais perto uns dos outros e de seu Redentor.  Havia oração fervorosa, intercessão pelos irmãos mais fracos. Havia verdadeiros exemplos de vida diante da morte. Muitos gentios ao verem tamanha fé inabalável desses crentes não suportavam a certeza da salvação e do amor à Cristo, também se convertiam ao cristianismo real e verdadeiro.

“Eu sei as tuas obras, e tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não o são, mas são a sinagoga de Satanás”. (Ap. 2:9)


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Esmirna era uma cidade perigosa para os cristãos. Morar em Esmirna no primeiro século não seria fácil para o discípulo de Jesus. Até os judeus, que tiveram uma sinagoga em Esmirna, também perseguiam os cristãos. Ao invés de serem verdadeiros judeus e descendentes espirituais de Abraão, eram servos de Satanás, o principal mentiroso e acusador dos fiéis. O Próprio Jesus já havia declarado em alto tom há alguns anos atrás para um grupo de fariseus: - “Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira” (João 8:44).  

O diabo é visto como a fonte da perseguição. Esses falsos judeus procuravam firmar sua origem no Patriarca Abraão, a exemplo dos demais, perseguiam a igreja sofredora de Esmirna. “Mas os judeus incrédulos incitaram e irritaram, contra os irmãos, os ânimos dos gentios.” (Atos 14:2). Havia os judeus que insistiam em se declararem inimigos negando que Jesus era o Messias. 

Além das perseguições pelos judeus, eles enfrentavam uma ameaça mais organizada e mais poderosa. A idolatria oficial, juntando a religião à força do governo, prometia uma perseguição perigosa aos cristãos da cidade, tentando-os a abandonarem a sua fé para melhorar as suas circunstâncias ou até para evitar a morte violenta. Para vencer esta tentação, teriam que acreditar no poder daquele que já venceu a morte. Mesmo se morressem, as suas vidas eternas seriam garantidas somente se mantivessem sua confiança no eterno Senhor, “o primeiro e o último, que esteve morto e tornou a viver”. 

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Tribulação, sofrimento, prisão, pobreza e até a morte; essas são marcas distintivas dessa Igreja.  Muitos cristãos tiveram seus bens confiscados por se recusarem prestar culto ao Imperador. Outros eram arrancados de suas casas, capturados nas feiras livres e levados cativos. César jogava toda a força de seu poderoso império sobre esta pequena igreja. E muitos desses santos já haviam selado seus testemunhos com o próprio sangue.

NERO PERSEGUIDOR DOS CRISTÃOS

Nero foi um imperador romano do ano de 54 a 68 da era cristã. Seu nome completo era Nero Cláudio Augusto Germânico. Nasceu na cidade de Anzio (na atual Itália) no dia 15 de dezembro de 37. Nero tornou-se imperador romano em 13 de outubro de 54, numa época de grande esplendor do Império Romano. Nos cinco primeiros anos de seu governo, Nero mostrou-se um bom administrador. Na política, usou a violência e as armas para combater e eliminar as revoltas que aconteciam em algumas províncias do império.

No tocante às guerras de expansão, Nero demonstrou pouco interesse. De acordo com os historiadores da antiguidade, empreendeu apenas algumas incursões militares na região da atual Armênia. Suas decisões políticas, militares e econômicas eram fortemente influenciadas por algumas figuras próximas. Entre elas, podemos citar sua mãe, Agripina, e seu tutor, Lucio Sêneca. 

O que mais marcou a história de Nero foi o caso do incêndio que destruiu parte da cidade de Roma, no ano de 64. Havia rumores de que Nero ficou cantando e tocando lira enquanto a cidade queimava. O fato é que Nero culpou e ordenou perseguição aos cristãos, acusados por ele de serem os responsáveis pelo incêndio. Muitos foram capturados e jogados no Coliseu para serem devorados pelas feras. Além deste episódio, outros colaboraram para a fama de imperador violento e desequilibrado. No ano de 55, Nero matou o filho do ex-imperador Cláudio. Em 59, ordenou o assassinato de sua mãe Agripina. Nero se suicidou em Roma, no dia 6 de junho de 68, colocando fim a dinastia Julio-Claudiana. 

Domiciano era mais cruel que Nero. E logo uma segunda onda de perseguição levanta-se contra os cristãos. Esta é a perseguição a que JESUS se refere na carta à Esmirna. Ao expandir-se, Roma conquistou muitos territórios e países, gerando grande diversidade de línguas e culturas no império. Como unificar tantas diversificações? A adoração ao imperador foi a resposta. Uniria o império, pois obrigaria cada cidadão romano a prestar, uma vez por ano, pública lealdade diante do busto de César. Mas para os cristãos, adorar a César era uma traição ao Rei dos reis. Ao invés de declarar: "César é Senhor", os primeiros cristãos bravamente confessavam: "CRISTO é Senhor!" Como resultado, passou a Igreja a sofrer dolorosamente.  


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