ANTÍOCO IV EPIFÂNIO

Considerado pelos judeus como uma figura do anticristo, Antíoco IV Epifânio, foi um rei da dinastia Selêucida. Era filho mais novo de Antíoco III Magno ou Antíoco o Grande, que governou entre 223 a.C. até sua morte. Em 175 a.C. Selêuco IV é assassinado. Assume o poder o seu irmão Antíoco IV Epífanes (175-164 a.C.), que voltava de Roma, onde era refém desde 188 a.C., quando seu pai Antíoco III perdera a batalha de Magnésia e assinara o tratado de Apameia. Foi um rei guerreiro que investiu inúmeras batalhas conquistando reinos vizinhos. Guerreou e invadiu o Egito muitas vezes, na qual derrotou os faraós Ptolomeu VI e Ptolomeu VIII, pois seu objetivo era conquistar toda a  Alexandria, só não o fez porque teve de  recuar forçado pelas forças romanas.
Por volta de 170 a.C., Antíoco IV Epifânio, centrou a sua atenção na Judeia, assaltou Jerusalém, saqueou o templo, ordenando uma terrível carnificina. Procurou insistentemente helenizar (religião grega por adoção e mesmos fundamentos) o povo judeu. Antíoco usou a força e a brutalidade sem limites, resistindo com todo o seu poder a tudo que era sagrado e divino pelo judaismo, procurando estabelecer a helenização deste seu novo território, proibindo radicalmente a adoração e a obediência ao Deus verdadeiro, Jeová (YHWH). Proibiu a observância do shabbat (sábado, dia de descanço e adoração a Deus). Proibiu os cultos no Templo, a prática da circuncisão e forçou os judeus a comerem alimentos considerados impuros pela lei de Moisés. No Templo, Antíoco, sacrificou porcos no Lugar Santo em honra a Júpter olimpo ou Zeus, (Dn 11.29-31). De acordo com a lei judaica os porcos eram animais imundos; não se devia tocá-los ou comê-los. Sacrificar um porco no Templo era o pior insulto que um inimigo poderia cometer contra os judeus
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Os judeus são também obrigados a participar da festa de Dionísio e do sacrifício mensal em honra do aniversário do rei (2Mc 6,7). Altares aos deuses pagãos são erigido em todo o território judeu.

O livro de 1 Macabeus  capítulo 01 relata alguns acontecimentos da época: "54.No dia quinze do mês de Casleu, no ano cento e quarenta e cinco, Antíoco fez erigir a Abominação da desolação sobre o altar. Também construíram altares em todas as cidades vizinhas de Judá.* 55.Ofereciam sacrifícios diante das portas das casas e nas praças públicas. 56.Rasgavam e queimavam todos os livros da Lei que achavam. 57.Em toda parte, todo aquele em poder do qual fosse encontrado um livro do testamento, ou todo aquele que mostrasse gosto pela Lei, morreria por ordem do rei. 58.Com esse poder que tinham, tratavam assim, cada mês, os judeus que eles encontravam nas cidades. 59.No dia vinte e cinco de cada mês, sacrificavam no altar, que sobressaía ao altar do templo. 60.As mulheres, que levavam seus filhos a circuncidar eram mortas conforme a ordem do rei, 61.com os filhos suspensos ao pescoço. Massacravam-se também seus próximos e os que tinham feito a circuncisão. 62.Numerosos foram os israelitas que tomaram a firme resolução de não comer nada que fosse impuro. Preferiram a morte antes que se manchar com alimentos impuros; 63.não quiseram violar a santa lei e foram trucidados. 64.Caiu assim sobre Israel uma imensa cólera." (I Macabeus, 1.54-64  Bíblia Católica Online)

Segundo o Site https://airtonjo.com: "Antíoco IV que, de 175 a 169 a.C., aparece nas moedas cunhadas em Antioquia apenas com a inscrição 'Rei Antíoco', a partir desta época começa a ter sobre sua cabeça uma estrela, símbolo da divindade. E a partir de sua vitória sobre o Egito, a inscrição das moedas selêucidas é “Rei Antíoco Theos Epífanes”.
"Ele pensa, definitivamente, que sua vitória o manifestou como deus, ou que é um deus que se manifestou na sua carne. Ele é o praesens divus, e, segundo sua intenção, o epíteto epifanés, ‘manifesto’, é relacionado com Theós, ou seja, com sua apoteose”.
Você pode obter mais detalhes  sobre o rei Antioco IV através dos livros de 1 e 2 Macabeus na Bíblia católica. Tais livros não constam na Bíblia Hebraica e são considerados apócrifos pelos judeus e pelas Igrejas protestantes. 
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O termo "apócrifo" foi criado por Jerônimo, no quinto século, para designar basicamente antigos documentos judaicos escritos no período entre o último livro das escrituras judaicas, Malaquias e a vinda de Jesus Cristo. São livros que, segundo a religião em questão, não foram inspirados por Deus e que não fazem parte de nenhum cânon. São também considerados apócrifos os livros que não fazem parte do cânon da religião que se professa.
"A consideração de um livro como apócrifo varia de acordo com a religião. Por exemplo, alguns livros considerados canônicos pelos católicos são considerados apócrifos pelos judeus e pelos protestantes. Alguns destes livros são os inclusos na Septuaginta por razões históricas ou religiosas. A terminologia teológica católica romana/ortodoxa para os mesmos é deuterocanônicos, isto é, os livros que foram reconhecidos como canônicos em um segundo momento (do grego, deutero significando "outro"). Destes fazem parte os livros de Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico (também chamado Sirácide ou Ben Sirá), Baruc (ou Baruque) e também as adições em Ester e em Daniel - nomeadamente os episódios da História de Susana e de Bel e o dragão."  (https://pt.wikipedia.org/wiki/Livros_apócrifos).
Por: Antonio Lourenço




Comentários

  1. Correção: na verdade, São Jerônimo chamou de “apócrifos” os livros que ficaram de fora do cânon da Igreja e, os livros de Macabeus e os demais que os protestantes arrancaram depois do século XVI estão sim no cânon da Igreja. Não caiamos em narrativa protestante. Os livros cristãos eram os da Septuaginta, que continham esses livros em questão. O cânon dos fariseus inimigos de Cristo é outro e, não interessa aos cristãos. Nem tem Novo Testamento.

    Quando o assunto é Bíblia, o protestantismo nunca deve ser tomado como referência, porque é demasiadamente tardio e sua lista de livros do Velho Testamento, é uma tradição babilônica que NUNCA foi usada pelos judeus do tempo de Jesus. Quem diz isso é o professor PhD protestante Lee Martin Mcdonald, do Centro de Pesquisa Bíblica, em seu livro “The Biblical Canon”.

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