COMPREENDENDO O LIVRO DO APOCALIPSE
O livro de Apocalipse é um livro sobre
Jesus e Sua igreja. É um livro que revela fatos do passado,
presente e futuro. O sentido literal da palavra
"Apocalipse" é "Revelação". Essa revelação em quase sua totalidade é
feita por meio de sinais, símbolos e números. No livro de “Apocalipse” ou “Revelação”
podemos ver e contemplar a vitória final de Cristo sobre o pecado, sobre o
sistema mundano e sobre Satanás o “grande Dragão”.
Devemos entender que o livro do Apocalipse é
um livro universal. Pois a visão revelada a João é dirigida não somente ao povo
judeu ou para uma época e ou local específico, mas sim para o mundo todo, seja judeu,
cristão ou gentio.
Ao apóstolo João é revelado "povos,
nações, línguas e reis" veja a confirmação a seguir: “E
ele disse-me: Importa que profetizes outra vez a muitos povos, e nações, e
línguas e reis” (Ap 10:11).
QUAL O PROPÓSITO PRINCIPAL DE
APOCALIPSE?
O propósito principal das visões
entregue a João é confortar a “Noiva” a igreja que prega o verdadeiro evangelho
e milita em seu conflito contra as forças de Satanás. Deus busca consolar os verdadeiros
cristãos, perseguidos e afligidos pelas forças do mal. A
esses, Deus Promete enxugar as suas lágrimas: “Porque o Cordeiro
que está no meio do trono os apascentará, e lhes servirá de guia para as fontes
das águas da vida; e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima” (Ap 7:17).
A Oração do verdadeiro cristão será
sempre ouvida por Deus: ”E veio outro anjo, e pôs-se
junto ao altar, tendo um incensário de ouro; e foi-lhe dado muito incenso, para
o pôr com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro, que está diante
do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão do
anjo até diante de Deus” (Ap 8:3,4).
Sua morte é preciosa aos olhos de Deus: “E ouvi uma voz do
céu, que me dizia: Escreve: Bem-aventurados os mortos que desde agora morrem no
Senhor. Sim, diz o Espírito, para que descansem dos seus trabalhos, e as suas
obras os seguem” (Apocalipse 14:13).
A Revelação de João dá a clara visão de
que a igreja que tem sido perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando
martírio e perseguição sempre foi, é e será vencedora. Os juízos de Deus mandados para a
terra são uma resposta de Deus às orações dos santos de todos os tempos e
lugares.
Temos que entender que a igreja e todos
os acontecimentos relacionados a ela direta ou indiretamente estão sob o
controle total de Jesus Cristo. Em nenhum momento Jesus abandonou sua
“Noiva” ou a história saiu do seu controle. A história não caminha para o caos,
mas caminha para um fim glorioso da vitória completa de Cristo e da igreja.
Ao estudarmos o livro do Apocalipse
devemos nos encorajar nos sofrimentos e na esperança; buscar incansavelmente a
santidade, nunca fraquejar diante das provações deste mundo e nunca ceder as
tentações.
Devemos sim, adorar e aguardar àquele
que venceu e que está assentado no trono: “Aguardando, e
apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se
desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão” (2 Ped 3:12).
Ao estudarmos o livro do Apocalipse
teremos a certeza que o diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos
os ímpios perecerão, mas a “Noiva”, a verdadeira igreja triunfará para sempre
ao lado do “Noivo”.
Jesus venceu a morte, triunfou sobre o
inferno, derrotou o dragão, a besta, e o falso profeta; aniquilou babilônia “a
grande prostituta” e os que nela habitavam “os ímpios”, estes já não vivem
mais. Apocalipse nos apresenta Cristo como o eterno Vencedor e conquistador.
Em Apocalipse 17:14 está escrito: “Estes
combaterão contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, porque é o Senhor dos
senhores e o Rei dos reis; vencerão os que estão com ele, chamados, e eleitos,
e fiéis”.
QUEM É O AUTOR DO LIVRO DE APOCALIPSE?
“Revelação de Jesus
Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que
brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou, e as notificou a João
seu servo;” ( Ap. 1:1).
Não se sabe com certeza quem é o autor
do livro de apocalipse. Porém muitos estudiosos afirmam por evidências que foi o apóstolo João. Em quatro ocasiões, o autor do
Apocalipse tem o cuidado de se apresentar como João (1:1, 4, 9; 22:8).
Conhecido como “o discípulo a quem Jesus
amava”(Jo 21:20-24), João é irmão de Tiago e Filho de Zebedeu com Salomé, uma
família de classe média da Galileia, também autor do evangelho que leva seu
nome. Por muitos, conhecido como “filho do trovão” (Mc 3:17).
João teve um importante papel na obra da
igreja em seus primórdios mais precisamente em Jerusalém (At 3:1; 8:14; Gl 2:9). João era Judeu e versado nas Escrituras.
Este apóstolo, alimentava a esperança de que a verdade
e a fé não demorariam a ver a glória do triunfo eterno sobre as momentâneas e
poderosas forças de Satanás e seus anjos caídos em plena atuação no mundo.
Por volta do ano 135 d.C., Justino
Martir, e logo depois Irineu (180 d.C.) citam o livro de Apocalipse em seus
estudos, em alguns trechos, palavra por palavra e, indiscutivelmente, atribuem
a autoria do livro sagrado a João, o apóstolo de Jesus Cristo.
Os Livros de Daniel e Ezequiel tem
grande semelhança com o livro de Apocalipse no tocante a Escatologia.
Podemos dizer então que João era um
profeta, semelhante a Daniel e Ezequiel que recebeu revelações sobre o
principio e fim de todas as coisas.
DATA QUE O LIVRO FOI ESCRITO
É provável que João teria escrito este
livro entre os anos de 93 a 96 de nossa Era, quando os cristãos estavam
começando a viver um dos mais intensos períodos de perseguição religiosa da
história do cristianismo primitivo; depois do terrível reinado de Nero (54-68
dC.), e ao final da era de Domiciniano (81-96 d.C.).
Tito Flávio Domiciniano foi filho de
Vespasiano. Nascido no ano 51 d.C., na dinastia dos Flávios, foi o último dos
doze Césares Romanos. Começou seu império com sabedoria e elevado carisma
popular, mostrou-se hábil administrador. Conquistou diversos povos e
terras. Entretanto, seu autoritarismo sempre
crescente fez surgir um regime de extremo terror e repressão que atingiu o
povo, a aristocracia, os filósofos, e, principalmente, os pensadores e
pregadores judeus e cristãos.
Esse imperador morreu assassinado por
uma conspiração de seus senadores com a cumplicidade de sua esposa Domitila.
PANORAMA HISTÓRICO E POLITICO
Nero, imperador do poderoso império
romano, cultivava um profundo ódio pela prática do cristianismo. Então por volta do ano 60 d.C., iniciou uma
grande perseguição a todos os cristãos,
era apenas o inicio de uma devastadora perseguição com o objetivo principal o
de extermínio de todo o cristianismo.
No entanto, Domiciano, quando se tornou
imperador, da metade de seu reinado em diante, intensificou a perseguição aos
cristãos. Ele instituiu a adoração do imperador e
começava suas proclamações com as palavras: "Nosso Senhor e Deus Domiciano ordena". Todas as pessoas
tinham de se dirigir a ele como "Senhor
e Deus".
Ele era implacável na forma de tratar os
gentios e os judeus e por ordem dele, João foi exilado na ilha de Patmos. Porém não se sabe com exatidão o real
motivo da presença de João naquele lugar. Provavelmente João foi exilado na ilha
como consequência direta de seu trabalho de evangelização.
João estava em Éfeso quando teria sido
preso e enviado para Patmos a mando do imperador romano. O motivo teria sido a pregação do
evangelho de nosso Senhor e Salvador JESUS CRISTO.
LOCAL DA VISÃO
Mundialmente conhecida como a “ilha
sagrada”, Patmos é uma pequena ilha rochosa, localizada no mar Egeu, com 16
quilômetros de extensão e 9,6 quilômetros de largura.
Está a 55 km da costa da Turquia com uma área total de 45 Km² e uma população atual de aproximadamente 4.000
habitantes. Sua capital se chama Hora (ou
Chora), porem a sua maior cidade se chama Skala, é onde fica o único porto da
ilha.
Em sua capital, no alto da colina estão
as atrações de maior interesse históricas e religiosas. A história conta que o Imperador
Bizantino, Aléxis I, doou a ilha de Pátmos para o monge João Cristódulos que
construiu o monastério que leva o seu nome
no ano de 1088 na forma de fortaleza para se proteger de ataques,
principalmente dos turcos.
Outra atração principal é a Gruta do
Apocalipse construída abaixo do monastério.
A ilha é dividida em duas partes quase
iguais, uma do norte e outra do sul, unidas por uma estreita faixa de
terra. A vegetação é escassa, e o relevo é
formado por montes relativamente baixos, cujo ponto mais alto chama-se Profeta
Elias e tem 269 metros de altitude.
A partir de 1522, a ilha foi, por
diversas vezes, ocupada pelos turcos. Em 1912 foi capturada pelos italianos e,
após a Segunda Guerra Mundial, em 1948, passou definitivamente a integrar o
território grego. Em 1999, o centro histórico de Chora, o
Mosteiro de São João, o Teólogo e a Caverna do Apocalipse foram incluídos no
Património Mundial pela UNESCO.
A ilha era um lugar penoso e sofredor,
ali os prisioneiros trabalhavam em minas para a extração do cilício. Por causa de sua fé, o apóstolo João foi
obrigado a trabalhar nas minas. Naqueles dias Pátmos servia como prisão
de máxima segurança.
A razão de muitos estarem condenados
neste local de tamanha dor e sofrimento era simplesmente por pregarem o
evangelho de Jesus Cristo. Foi exatamente assim; neste quadro de tamanha perseguição e sofrimento
contra os cristãos que o apóstolo João, inspirado por um anjo, recebeu e
escreveu o que chamamos hoje de “ O
Livro do Apocalipse” o ultimo livro do Novo Testamento. ( Ap. 1:9).
Alguns historiadores apontam o lugar
exato na ilha que hoje é chamada de “Gruta
do Apocalipse” que por volta de 95 d.C., o apóstolo João, já com quase 100
anos de idade, teve visões e ouviu as revelações de Deus sobre os “tempos
futuros”. A Gruta encontra-se à meia altura de uma
montanha. Uma capela, a Capela de Santa Ana, que foi construída como entrada
para a caverna.
A Ilha de Pátmos hoje não passa de uma
atração turística tanto para os cristãos religiosos, quanto para os banhistas
que curtem suas lindas praias.
Mas as profecias e as revelações que aqui foram entregues a João estão se cumprindo com exatidão no meio do mundo e da igreja.
Extraído do livro: AS SETE CARTAS DO APOCALIPSE
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